Trabalho infantil resultou em 2.212 acidentes em 12 anos 01/07/2019 - 19:50
Além de tirar o tempo disponível para convivência familiar, brincar, estudar e aprender, o trabalho infantil tem outras consequências graves. Em 12 anos, de 2006 a 2017, foram registradas no Paraná 2.212 notificações de crianças e adolescentes de até 17 anos por acidentes de trabalho – 87,61% dos casos do sexo masculino. Os dados fazem parte do Boletim Epidemiológico da Saúde do Trabalhador do Paraná e foram apresentados durante reunião do Colegiado da Força-Tarefa Infância Segura nesta segunda-feira (01/07) pela técnica Amanda Navarro, da Superintendência de Vigilância em Saúde Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (Sesa).
A principal parte do corpo atingida foi a mão, com 42% dos casos. A maioria apresentou como evolução incapacidade temporária, representando aproximadamente 49,81% dos casos. Porém, 2% dos casos resultaram em óbito dos trabalhadores. A principal causa dos acidentes de trabalho de crianças e adolescentes foi o contato com máquinas, com 25,59% dos casos.
O secretário Ney Leprevost lembra que qualquer suspeita de trabalho infantil deve ser denunciada. “A ligação para o Disque Denúncia 181 é gratuita e todas as chamadas são encaminhadas para a rede de proteção à criança”, diz. “Vamos estabelecer um plano de trabalho integrado para combater todas as formas de exploração da criança e do adolescente, buscando a celeridade em ações governamentais e da sociedade civil”, explicou Felipe Hayashi, chefe do Departamento de Justiça da Secretaria da Justiça, Família e Trabalho (Sejuf).
Violência e abuso – Outros aspectos também foram abordados. A técnica Quelen Silveira Coden, do Departamento de Política para Pessoas com Deficiência da Sejuf, explicou que a criança e o adolescente com deficiência possuem quatro vezes mais risco de serem vítimas de violência em geral (abuso físico, sexual, psicológico, negligência e abandono) e ainda uma probabilidade três vezes maior de serem vitimas de violência sexual. “Não existe uma ação isolada para a proteção da criança com deficiência. Todas devem estar inclusas em todas as ações por serem crianças que tem um índice maior de vulnerabilidade”, afirmou.
A assessora Solimar Gouveia, do Departamento de Atendimento Sócio Educativo da Sejuf, falou sobre a justiça restaurativa e a socioeducação – ou seja, a corresponsabilidade do adolescente, família, comunidade, sociedade e Poder Público para promover a restauração de vínculos e a cultura da paz e não violência.
A reunião abordou ainda o problema das vans clandestinas e o programa Vida no Trânsito, entre outros assuntos.